segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Prazer da Solidão

Magna sombra
endurecedora das almas
combatentes do prazer da solidão
magna sombra
que destróis dos distraídos
almas acorrentadas
à escravatura de lamentações

No silêncio da tua sombra
do prazer solitário
Sinto-te acorrentando-me
num pensamento libertador
dos mistérios da vida

Sinto a deliciosa aragem
do teu fruto silêncio
deportando-me a massa cinzenta
rumo à machamba de cultivar
o pensamento de pensar

Sinto-te
aconchegando-se nas minhas faculdades
rumo à derrota da vigília
pelas noites murmurantes
no longo destino do percurso
da felicidade jamais alcançada

És o sabor da Inspiração
És a força da determinação
És o cativeiro do recluso da ignorância
És a lamparina dos pensamentos
cultivados na boa machamba de saber pensar
e peneirados no cativeiro da enciclopédia da vida

E ao mesmo tempo
contemplas almas relutantes da sua doçura paz
ao serviço das melodias da melancolia
do doce azedo sabor da vida
no hábito duro de examinar a solidão
ingredientes mais feios que um cadáver
tentando sorrir no último adeus aos vivos!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mulher

Tu não precisas lutar agressiva
Como uma fera armadilhada...
Homem precisa, sim
Devolver-te tuas pertenças
Valores sociais e culturais
Usurpados pela masculinidade social
Desde o começo da Humanidade

Vá com calma, ta?
Entendas bem a liberdade política
E confrontas – a, estrategicamente com a social
Politicamente estás liberta
Estás emancipada
Justificando-se pelos postos que ocupas
Postos políticos
Diversos postos profissionais
E entre outros lugares públicos
Mas será que nos joelhos da família

Tens os mesmos privilégios?!!?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aos meus irmãos

Não chorem irmãos
O tempo de ontem já sepultamos
E o amanhã está distante da vida
A nossa realidade é este instante
Presente que todos consideram passageiro
O destino final
O futuro que todos cantam
Essa melodia de abismo que ninguém apalpa
Meus irmãos
Sei que é doloroso
Mas doloroso é o tempo que vivemos
E passo a passo sepultamos a distância do passado
Onde corações vivos sentem sandades desse distante
Na temosia de sermos filhos do passado
Um passado descalso
Cheio de rasgamantas
No cotovelo do rosto
Que contempla o brilho da nossa ausência
Sei ainda que é doloroso, meus irmãos
Mas talvez a modernidade a obrigue
Que cada um seja um
E cada dois sejão dois
Neste rosto de África
Onde todos somos família
Nos campos da miséria e da nudez
Do analfabetismo e de ignorância
De hipocrisias e de hipnotismos
Da corrupçaõ e de riquezas
Da pobreza e de humilhação
E não esqueçam que o passado é dos outros
O presente, o nosso
E o futuro, dos que a esperam
Mas tanto o passado
Quanto o presente e o futuro
É a bagagem que todos temos que sustentar, irmãos!
No passado sustentamos progenitores
No presente, a nós mesmos e as sombras do passado
E no futuro? vaidades que todos não conhecemos
Pois só o presente
É o espelho real da nossa vida
Que se transmuta em caminhos doces ou azedos