quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quando ser outro dia

Será o dia a mudar
A hora o minuto a marcharem
A temperatura temperando-se
No temperamento de frio ou de calor

Tudo em marcha marchando
Neste esburacado asfalte da modernidade
Que moderniza as mentes, os corpos,
Os sentimentos, enfim, as relações sociais
E porque não comerciais, políticas, religiosas…??!!

Eu serei a luz desse dia
Firme e presente
Como as ondas do mar
Na escravatura do meu juramento
De fazer-te sempre feliz
No tempero moderado de sentimentos
Mesmo quando ser outro dia…

sábado, 24 de abril de 2010

Nostalgia e Inverno

Trepo as escadas da tua ausência
Do edifício erguido de amor
Pintada rupestremente de felicidade
Entre cores de fidelidade, carinho, compreensão…

Lá encontro uma bandeja repleta de nostalgia
Neste tempo ameno de Inverno
Em que as acácias ficam nuas
E o corpo humano procura mais agasalhos

O meu agasalho és tu
Não apenas para este Inverno vaidoso
Mas sempre imprescindível
Para manter viva as cores
Do belo edifício erguido de amor…

Vou-te esperar tocando amavelmente
O assobio arrepiante nostálgico
Trepando as escadas da tua ausência
Neste inverno vaidoso
Em que a minha vaidade
É agasalhar-me de saudades tuas…

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Óscares pela Humanidade

Sou actor da minha própria extinção
Nesta longa-metragem
Distinguida pelas qualidades técnicas
Bárbaras de encenação industrial
Galardoada com medalha sangrenta
No salão de Óscares da humanidade

O trilho sonoro rola no meu filme
Embarca do Pacífico
Do Índico
Do Atlântico
Do Glacial Antárctico
Do Glacial Árctico
Com veemência melódica
Dos gritos das vítimas presas
No episódio do espectáculo demolidor

O protagonista é a minha mente
A acção a minha força
A vitória a minha tristeza
Dos abrigos varridos
Da minha brava encenação industrial
Desde o Atlântico ao Índico
Do Pacífico aos Glaciais Antárctico e Árctico
Na festa dos Óscares demolidores
Com melodias de gritos desafinados
Onde espectadores alguns dançam nus
Ao relento sem abrigos
Ou talvez apertados dos escombros que restam

De corpo erguido e agasalhado
De mente lúcida e equipada
Dentre muitas luzes acesas
Em enciclopédias jazidas empoeiradas em bibliotecas
Sigo o meu caminho ignorante
Que me torna actor protagonista
Deste filme de longa-metragem
Distinguida pelas qualidades técnicas
De encenação bárbara industrial
Galardoada com medalha sangrenta
No salão de Óscares pela humanidade

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O presente que não se oferece!

Sem data e sem horas
Sem espaço e sem tempo
Sem excepção na regra
Há sempre movimentos nas ruas e nas avenidas de corações
Num vaivém melancólico ou alegre
Ao destino achado ou fugitivo

Gastam-se milhões de contos
Queimam-se dezenas de horas
Percorrem-se milhares de quilómetros,
De avião, de carro, de motorizada, de bicicleta, de cavalo e,
Porque não a pé?
À busca de qualquer coisa de testemunho sentimental
Seja no exterior ou no interior dos mercados de sentimentos

De volta as mãos estão carregadas
Os bolsos mais inchados e pesados
Lábios com leveza frescura de astúcia
A mente fritando ingredientes adestrantes
E coração esvaziado pelos bracejos do vazio de sentimento
Num olhar que não luza segredos ocultos na pista de amor
Encurralados no brilho de presentes em marcha…

São presentes que alegram os olhos por vê-los
Emocionam os corações por recebe-los
E entristecem os sentimentos por tê-los
Pois, verdadeiro presente, neste campo de sentimento,
Raro e dificilmente os amantes oferecem-se, a FIDELIDADE!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Doce olhar

Li na curva de seus olhos
Que o olhar é também doce e sedutor
E, entre as mil maravilhas que o corpo dispõe
Ele, o olhar, é a força que capta atracões sentimentais

Nas curvas invisível ou visível
Está presente e determinante
Desbravando completo ou incompleto
A mata das pálpebras dos olhos sedutores ou melancólicos
Para que a luz dos olhos olhantes
Luza o passageiro em sua direcção, eu

Li no cruzamento de seus olhos
Que o olhar é também forte, invencível e mediador
De desassossegos entre corações gritantes
Na planície do festival de amores…

Mergulha a sua luz mágica
Rompe com as correntes das mágoas
Electriza os rostos de sorrisos
E prende acesa a luz doce da curva dos olhos

E no entroncamento de seus olhos
Li que às vezes ninguém consegue compreender-te
Naquela mágica adrenalina presente ou silenciosa
Desnudada ou agasalhada de pálpebras mudas
Como o misterioso raio do satélite que nos chega invisível