segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Minha Culpa

Não...

Não sou culpado
De ter nascido....

Culpado sou
Por não saber

Reconhecer
O ventre

Que me fez
Ver o sol!

Fragmentos da Minha Liberdade

Dói tudo em mim
E em mim
A minha liberdade
Está fragmentada

Fragmenta-se diariamente
Das festas da democracia
Onde reside a dor
Dos fragmentos da minha liberdade

Liberdade
Que minha voz canta
Minha mente não sente
Na ceia da democracia
De mim cidadão pacato...
São fragmentos
Da minha liberdade

Não sente e não vê
Só sente ditadura
Só ouve gritos...
Só vê sofrimento..
Inexistentes politicamente
São fragmentos
Da minha liberdade

Jovens adestrados
Que de ceia em ceia
Puxam sacos de ideologias...
Que corrompem e oprimem
A força de acção e de mudança...
São fragmentos da minha liberdade

Até quando Jovens
Viver uma liberdade fragmentada
Na ceia da democracia
De discursos políticos
Do politicamente correcto!??
São fragmentos da minha liberdade

Vendavais Solitarios

Passaram-me violentos
Cobertos de sarcásticas amizades
Na festa de cânticos da conquista
Da minha sensibilidade
Para decisão da permanência
Dos vendavais solitários

Fizeram festa em todas almas
Almas instrumentalizadas
Ao preço de um sorriso passageiro
Cuja solidão e abandono
Vão durar mais cinco anos
Após confirmação da permanência
Dos vendavais solitários

E as almas intrumentalizadas
Ao preço de um sorriso passageiro
Entreterão -se cantando melodias
Melodias de fome que dança no estômago...
Melodias de pobreza que cintila nos rostos...
Melodias de todas as promessas
Que continuarão promessas prometidas
Até ao cair dos cinco anos...

Enquanto os senhorios dos vendavais solitários
Maquiados de técnicas astutas
Cantarão vitória conquistada...
E em banquetes de estado e de partidos...
Beberão sangue do povo
No recheio de sobremesa de corrupção
E de liberdade condicionada
A nós o povo
Que só nos cantam democracia (?)...
Combate a pobreza (?)...
Combate a corrupção (?)...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Vidas alheias

é a melodia que vibra
das vozes eufóricas
das mentes ociosas
dos homens desempregados de pensamento

é o bem que todos sabem fazer
em todas as esquinas
onde é possível respirar
que até esquecem de cozer essas bocas
rasgadas de tanto propalar
na esteira de mistérios de vidas alheias

tudo sabem, tudo censuram
sabem que até censuram
o que deveria ter feito
e nunca pensam o que devem fazer
e sequer fazem o que deveriam fazer

pois a vida dos outros
é a mercadoria mais barata de se adquirir
e transportada de boca em boca
sem custo de transporte e direitos aduaneiros
e vai-se tornando mais abundante
que o esforço de alimentar a própria pança!

Gritos de uma voz Africana

Gritem! Gritem!
Nós nunca!
Gritem, gritem vocês!
Gritem vocês!

Nós nunca, nós nunca!
Nunca, nunca!
Nunca dormimos ao relento!
Nossos corpos gozam
De confortos palaciais

Gritem, gritem!
Gritem o quanto quiserem!

Nós nunca, nós nunca!
Nunca, nunca!
Nunca dormimos com panças vazias!
Nossos paladares deliciam-se
De banquetes a cada dia...

Gritem, gritem!
Gritem o quanto quiserem!

Comam nossos discursos
Sob risco de engolirem os deteriorados
Que são o forte
Da nossa existência e permanência

Gritem! Gritem!
Nós nunca!
Gritem, gritem vocês!
Gritem vocês!

Nós nunca, nós nunca!
Nunca, nunca!
Nunca sucumbimos de sede!
Nossas gargantas conhecem água mineral
Nossas peles também conhecem água mineral
Gritem, gritem!
Gritem o quanto quiserem!
Nós nunca dormimos com sede!

Nós nunca, nós nunca!
Nunca, nunca!
Nunca galgamos dezenas de quilómetros
à procura de um posto de saúde sem enfermeiro
à procura de uma escola sem professor
à procura de um poço sem água
à procura de uma loja sem preço
à procura de uma igreja sem clérigo
à procura de uma esquadra sem polícia
à procura de xapa sem preço
à procura de uma estrada sem xapa
à procura de tudo, sem nada

Gritem, gritem!
Gritem o quanto quiserem!
E ainda gritarão!!!...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lágrimas do Poeta

A lágrima do poeta
É a letra que dança no papel
Que de lês em lês percorre
Os caminhos de justiça entre os homens
E os homens super homens

Vem do interior vivido
Atravessa olhos inimigos
Que negam que essa lágrima
Cromada da verdade
Pinte justamente o papel
Na guerra de ser queimado
Ou simplesmente ignorado
Pelos homens super homens
Na justica sem leis
Para os super homens cromados de crueldades

E essas lágrimas não pararão nunca
Enquanto a humanidade existir
Pois vem dos olhos que vê
Dos ouvidos que ouvem
E do pensamento que censura
As degradadas formas de viver
No repinque da incompleta liberdade
E da democracia plagiada pelos actos
Dos homens super homens!
11.08.09