sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Fim

Este vaivém de olhos ao deserto da vida
Dias se passam, a luz se vai e volta (in) consiente
Que o amanhã é outra ponte de passagem
Porque as energias se podem esgotar pelo meio.

Outros avançam. Esperança do outro amanhã, vem
Bagagem entre ombros e cabeça, a dúvida
Que se multiplica a cada sombra do passo,
Velas divinas mortas no hospício da esperança.

O fim. Realeza mente marcha, distância
Peso que tomba entre o chão sem marca
Marcado pela marcha do vaívem dos olhos
Ausência do fim, trevas entre tevas, outro dia.

A ponte permanece na sucessividade dos dias
Porque afinal de contas os dias são a ponte
Que outros (re) atravessam, e outros ainda
Se perdem no percurso do curso da vida.


Inhambane, 23/3/11