Ainda me escravizas
Num papel branco
Timbrado artisticamente
No ateliê de versos,
As cláusulas, patrão!
Patrão,
Ainda me escravizas
Cláusulas sensuais,
Chicote sem piedade
Que tesa firme nos corpos nus
Cobertos de força para ti.
Lá estão as algemas,
Lá estão as correntes ,
Mentes sem saída
No vapor de chicote
Que tesa firme nos corpos nus
A troca de qualquer moeda,
Que nem matica estômago, patrão.
E calcanhares determinados
Tapam burracos nas cidades,
Na marcha electrizante
De alcatrão que sua da pele
Fundida de asfalto da vida, patrão.
Patrão,
Salário mínimo,
Estômago sem o mínimo
No contrato que só colhe vazio
Não é outra escravidão?
Fala, patrão!
Ainda me escravizas ou não?
Duvidas?
Governo também está lá, certamente
Celeiro de políticas roto, com certeza
Incapacidade de fiscalizar, outra verdade
Investidores políticos, sem vontade política
Ohhh!, meu patrão, meu patrão, meu patrão…
Outra vez????