segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Tonitruoso

Vozes embaladas na melodia da dor
Dançam a saga malariada marrabenta
Que vibra os músculos das vítimas
Electrizadas pela fúria da dor dançante
Na sacanagem sucumbir até a morte
Quando a dança é dançada
Sem olhares atentos do telespectador mágico

Malária
Torturas o corpo humano
Amolece-lhe os músculos
No retumbar das vozes que as vezes calam mortas
Das crianças inocentes da tua sacanagem
Dos adultos molestados pela ignorância do uso de medidas preventivas
Ou daqueles que não as conhece e não as tem…

E eu aqui
Junto o meu grito aos que gritam para vencer-te
Junto a minha força aos que lutam para erradicar-te
Pois se todos unirmo-nos por esta causa
Comprometermo-nos e agir
Um dia, tu malária
Perderás esta batalha retumbante
E nós corpo humano
Cantaremos vitória…

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Perambulando

Salgo os passos na terapia da distância
Que dista o destino nostálgico doutra parte distante
Na distância apenas presente na distância de pensamento
Que resmunga-se na magia mágica de sexos opostos

Perambulo a mágica distância do nosso juramento
Na estrada alcatroada de firmeza coração
Dentro do veículo amor recíproco
Que continuas distante de mim

Mas eu
Viajo contigo passageira amorada
Dedilhando o sabor da magia presente de felicidade
No palco da fidelidade fiel da distância distante neste presente
Do real destino que salgo os passos na terapia da distância…
Á busca do ingrediente que faz de nós
Perambular a nostalgia do nosso ser…

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Defuntos da Minha Terra

Fecha-se a cortina da vida
Na festança de gritos da dor dilacerante
Em que deuses chamam a alma ao céu
O corpo esperado pela terra esfomeada
E o espírito de regresso vivo aos olhos dos que restam
Que navegam em ondas bravas de lágrimas doloridas
Na penumbra melancólica de ressuscitar o defunto da minha terra

Na minha terra
Defuntos voam no voo do avião
Ou na boleia do rasgar das quatro rodas
Despedaçando milhar de quilómetros
Atrás da terra que lhes viu nascer
Apenas para serem feitos estrumes…
Na longa distância dos que restam
E dessa campa cimentada pelo abandono…

E na fúria de abandono
Destapam a manta da urna
Violam a corrente da morte
E invadem a privacidade dos vivos
Que se tornam escravos escravizados
Pelos defuntos da minha terra

Na minha terra
Defuntos vivem em mansões
Agasalham-se em sedas e veludos
Nas cerimoniais em que os vivos
Engrossam -lhes de sangue de animais…
Empanturra-lhes de xima e carnes…
De fumaças tabagistas
Em reconciliações recomendas pelos juízes ossículos
Na tremenda convivência entre os vivos e os mortos

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Eu

Sou o epicentro das atenções
Mas somente nas vésperas da grande festa
Todos falam bonito de mim
Constroem-me abrigo na ciência das palavras
Enchem-me a pança de ingredientes de ilusão

Eu
Sou o epicentro das atenções
O anzol caça-me veemente
Em águas das avenidas e ruas
E até dos becos do subúrbio e do rural
Por onde pouso a minha pobre pobreza empobrecida

Tudo está lindo no papel
Soa aparente realidade nos meus ouvidos
Mas é apenas uma realidade ávida e volúvel
Carregada de letras embrulhadas pela astúcia
Na eloquência das palavras esculpidas
Somente para pescarem-me a tinta
Para legitimar-lhes…

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dor de um Condenado...

Que me beneficia ser honesto
Se a própria autoridade não escolhe
Entre os honestos e os delinquentes?

Os calabouços engolem os honestos
E as leis absorvem os delinquentes
Que gozam de imunidades…
Na marcha sangrenta fogosa
Que prospera pobreza aos pobres inocentes
E prospera prosperidade aos delinquentes criminosos…