É neste tapete onde me encontro tapetado
É nesta alcatifa onde sento alcatifado
É nesta esteira onde me estiro esteirado
Coberto de nudez empoeirado…
Untado no espesso luto de ser africano…
No atilier artístico das artes de politizar e de milagrar...
Chega o Verão, o carvão do chão aquece
Chega o Inverno, o Índico do chão resfria
Chegam vozes, o chão acolhe-as
Partem vozes, o chão acompanha-as
Ao chão sempre presente na chegada e na partida...
Não há Inverno nem Verão
O chão ouve os profetas refilando…
O chão ouve os ossículos vacilando…
O chão ouve as doutrinas e os versículos envangelizando…
O chão ouve as ideologias... reinando…
O chão ouve os búzios buzinando…
Em palcos tortos em que as timbilas do chão e do céu
Não páram de governar-me de seus sons…
Poluindo os tímpanos da ciência ignorada...
Não há noite nem dia
Não há idade nem cor
O chão banha das minhas lágrimas
O chão bebe o meu sangue
O chão ouve os meus gritos
O chão cobre o meu luto
O chão embala-se no sono dos homens obrigados a atravessar o chão
Neste vaivém de abrir e fechar as portas deste chão...
Não conheço chão alegre...
Neste chão onde me encontro aprisionado
Na prisão vigiada pela lei biológica enrabada pelas vozes...
E na liberdade onde apenas a lei da morte reina
Na luz de plenos poderes do chão e do céu...
Neste chão
Eu nasço…
Eu cresço...
Eu vivo…
Eu morro…
E na magia de rebentar as correntes da morte...
Volto a viver a vida...
Sindicato dos raptos faz mais uma vítima na Cidade de Maputo
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A onda de raptos continua a assombrar a cidade de Maputo, evidenciando a
impunidade e a ineficácia das autoridades no combate ao crime organizado.
Na tarde...
Há 2 meses
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