Não, eles são do finado
Não morreram
Apenas carregam angústia
Dor e solidão acasalados
Na capoeira de abandono e bagunça
Eles não falam
O finado sim vociferava em vida
Eles não falam
Só brilham no camarim das disputas
Entre esquivar olhos gulosos
E vozes precipitadas
Até mãos atrevidas
Que nem respeitam as regras do jogo…
Mas eles não falam
São objectos do finado
Brilhando nos mistérios das tradições
No altar silencioso da fala
Precisam ser falados para falar
Falar a quem lhes pertence
E como os deverão usar
Pois eles não falam
São objectos do finado…
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