Em todos os bazares
Da governação
Do amor
Da religiosidade
Da macumba
Da labuta
Lançam-se iscas de promessas
Na disputa do mesmo produto
Que engorda os detentores dos poderes desses bazares
E nós o povo
Grulhamos a esperança das promessas
No açambarcamento do nosso sangue
Disputado em todos bazares
Aqueles bazares que governam a espécie humana
Essa nossa espécie humana
Desumanizada pela escravidão da irmandade
Sim, é mesmo escravidão
Uma escravidão sofisticada
Em que o escravo convive com o explorador
No cativeiro da distância entre o pobre e o rico
Que a exploração, humilhação, adestramentos…
São as sentenças da nossa condenação
Sentenciadas pelos juízes pobreza, corrupção e guerras…
E assim
Nós vivemos as promessas
Promessas de boa governação
Promessas de milagre e salvação
Promessas de bom convívio com os nossos mortos
Promessas de amor eterno
Numa eternidade desenterrada pelas promessas
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